Os riscos para a vida na Terra associados ao aquecimento global (provocado pelos gases do efeito estufa, emitidos por combustíveis de origem fóssil) estão levando políticos, cientistas e outras autoridades no mundo todo a buscar soluções e medidas que ajudem a minimizar seus efeitos.
Porém, como o aquecimento do planeta está diretamente relacionado ao estilo de vida que adotamos, cabe a todos, e não apenas às autoridades e aos especialistas, enfrentar a situação.
Uma das iniciativas que podem dar resultado é a adoção do consumo consciente, prática estimulada por várias organizações em todo o mundo. O conceito pode ser resumido assim: a busca pelo equilíbrio entre a satisfação do consumidor e a sustentabilidade da economia.
Ou seja, procurar, no dia-a-dia, consumir bens e serviços produzidos de uma maneira que o meio ambiente não seja prejudicado, ou o seja minimamente. Por exemplo, optar pelos produtos saídos de fábricas que utilizem fontes de energia renováveis (energia solar, eólica, de biomassa) e que pratiquem a reciclagem de matérias-primas.
No Brasil, um dos primeiros a levantar o assunto e pôr em prática o consumo consciente foi o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. De acordo com o seu diretor-presidente, Hélio Mattar, a humanidade consome, atualmente, 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação do planeta.
“Se o consumo desenfreado continuar nesse ritmo, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para suportar a demanda de renovação”, afirma.
Gestos simples praticados no decorrer do dia podem fazer de um cidadão comum um consumidor consciente: avaliar se há mesmo a necessidade de comprar determinado produto, verificar como se usa e descarta objetos e alimentos, economizar água e energia elétrica.
“É importante lembrar que se a situação permanecer assim, as vidas do planeta e da humanidade estarão ameaçadas”, afirma Mattar.
Segundo o diretor-presidente do Instituto Akatu, uma das atitudes a serem tomadas pelo consumidor é procurar saber qual a procedência do produto que se está adquirindo. Informar-se, por exemplo, se a empresa fornecedora atua de acordo com as leis de proteção à natureza e usa material certificado.
“A melhor maneira de obter esses dados é por meio da imprensa ou mesmo na própria empresa, que deve fornecer as informações na sua página na internet ou pelo canal do SAC”, explica Hélio.
Além dessa, outras atitudes básicas e diárias são capazes de colaborar com o meio ambiente e garantir o futuro do planeta. Uma dessas ações é a economia de água, um recurso natural indispensável à sobrevivência humana.
Até hoje, o homem utilizou a água sem se preocupar com futuro. Esse consumo “inconsciente” já causou a escassez de água em vários países, e ameaça fazer do recurso um bem disputado, capaz de gerar guerras. Já se disse que a água desempenhará no século 21 o papel do petróleo no século 20 como commodity de importância estratégica.
Nesse caso, o consumidor consciente, preocupado com o meio ambiente e com a vida, tem várias formas de colaborar, economizando água no banheiro (torneiras e chuveiros), e na cozinha, ao lavar a louça. Além disso, não utilizar água para a limpeza de calçadas e do quintal.
O consumidor consciente também se preocupa com reciclagem. Isso pode começar no supermercado, evitando comprar mercadorias com muita embalagem e adquirindo produtos ambientalmente corretos, que apresentem selos de empresas que respeitam o meio ambiente. E continuar fazendo a separação do lixo seco (aquele que pode ser reciclado) e molhado (restos de alimentos).
Doar objetos antigos, em bom estado, ao invés de jogar fora, evitar o uso de copos descartáveis e aproveitar mais os alimentos são maneiras de evitar o aumento da produção de lixo, já que este é um grande problema da atualidade.
Economia no consumo de energia, redução da emissão de poluentes liberados por combustíveis também são atitudes de um consumidor consciente.
Não é preciso muito para ser um, basta agir com disciplina e avaliar os benefícios e prejuízos oferecidos ao meio ambiente. Atitudes como estas podem amenizar os problemas causados à natureza e colaborar com um mundo melhor. Pequenas atitudes, assumidas por cada cidadão do planeta, pode fazer a diferença.
O que é o Instituto Akatu
O Instituto Akatu é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos. Foi criado em 2001, como um braço do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, para educar e mobilizar a sociedade para o consumo consciente. A palavra “Akatu” vem do tupi e significa, ao mesmo tempo, “semente boa” e “mundo melhor”.
A proposta do Instituto é realizar ações, principalmente de educação e comunicação, que possam contribuir para a mudança de comportamento do consumidor. O Akatu conta com vários parceiros entre empresas e instituições. Saiba mais sobre o Instituto e o consumo consciente acessando http://www.akatu.com.br .
Matéria produzida para o site Bradesco Universitários em março de 2008.