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Faltam homens do tempo
 
O mercado da meteorologia está crescendo e falta gente qualificada. A formação é por cursos de graduação e pós-graduação.
 
05 de julho de 2010
por Camila Passetti
 

No Brasil, são apenas oito cursos de meteorologia – todos em instituições públicas – sendo que sua procura é baixa. Na Fuvest de 2010, em São Paulo, foram menos de  cinco candidatos por vaga. Porém, a meteorologia é uma área em constante crescimento, que encontra mercado de assistência a empresas privadas, como construção, energia e agronegócio, e também ao setor público, para prever tragédias naturais em função do clima.

Com tanto trabalho a ser feito e poucos profissionais formados, sobram vagas no mercado do tempo. "É comum a gente ter a vaga e não encontrar uma pessoa. Estamos acostumados a buscar profissionais em outros estados, porque não encontramos ninguém por perto", diz Alexandre Nascimento, mestre em meteorologia pela Universidade de São Paulo (USP) e um dos profissionais da Climatempo, localizada também na capital.

Ele conta que a carteira de clientes da empresa engloba desde grandes companhias de engenharia, que contrata seus serviços para prevenir acidentes em obras causados por descargas elétricas, por exemplo, quanto por agências de publicidade que precisam acompanhar o tempo para filmar uma propaganda ao ar livre com o clima ideal.

"Uma forte ventania pode não ser problema para uma obra rodoviária, mas pode prejudicar uma empresa de energia", diz Nascimento.

Os profissionais da área não necessariamente têm diploma de graduação em meteorologia: eles podem ser graduados, por exemplo, em física, matemática e geografia, desde que façam uma pós-graduação em meteorologia. A maioria das universidades que oferecem a graduação (veja lista abaixo) também oferece o curso de pós.

A meteorologia, que estuda os fenômenos físicos da atmosfera, a que chamamos tempo, pode ser acompanhada de uma especialização em climatologia, estudada tanto pela meteorologia quanto pela geografia, que se dedica a explicar os climas em territórios determinados (regiões, países, continentes...) em um dado período de tempo.

Tecnologia ajuda previsões

Órgãos governamentais como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) precisam, cada vez mais, de bons profissionais na área de meteorologia e climatologia.

Entre as responsabilidades desses institutos estão avisar a Defesa Civil em caso de chuvas fortes que podem prejudicar a população de toda uma região e realizar pesquisas que apontem o impacto do desmatamento e queimadas para revelar como será o clima e a região da Amazônia em 20 anos, por exemplo.

A tecnologia em constante desenvolvimento é uma aliada do crescimento e do aperfeiçoamento da área, cada vez mais fiel em suas previsões. Mas ferramentas, satélites, supercomputadores e até um simples termômetro não fazem nada sozinhos.

Na carreira dos homens do tempo, é preciso ser muito bom de cálculo, gostar de matemática, física, informática, trabalhar em ambientes fechados e ser um ótimo observador para lidar com dados numéricos sobre variáveis como chuva, vento, temperatura, umidade e pressão.

Os equipamentos geram projeções, gráficos e mapas, mas só o meteorologista sabe decifrá-los para elaborar boletins sobre o clima no final de semana ou relatórios sobre o aquecimento global. 

''Todos os centros de meteorologia recebem os mesmos mapas dos satélites. A boa interpretação do que esses mapas mostram depende de um bom profissional. Para isso, é importante ser um grande observador e também estudar geografia para saber distinguir os efeitos numa região de serra ou de lagos'', explica o especialista.

Segundo Nascimento, essa habilidade não é ensinada nas universidades, que focam sua grade de ensino principalmente na parte acadêmica e científica. Para ser bom na interpretação dos dados, só mesmo adquirindo experiência em campo.

Mas as duas carreiras são promissoras, tanto a acadêmica, que é escolhida pela maioria, quanto a prática, na previsão do tempo.

Quanto à remuneração, o piso salarial de um meteorologista gira em torno de R$ 3.000,00, dependendo da carga horária de serviço, mas esse valor aumenta conforme a experiência. ''Com certeza, o sucesso é mais garantido do que em outras áreas já saturadas'', afirma o especialista.

Onde buscar formação

Os cursos, que têm duração mínima de 3 mil horas, são, geralmente, divididos em duas etapas. Na primeira, o estudante aprende matemática, cálculos numéricos, física e física das nuvens.

Na segunda etapa, ele tem matérias mais profissionais, que abrangem meteorologia básica, climatologia e previsão do tempo por técnicas numéricas e modelos conceituais.

Outras disciplinas da graduação são estatística, computação, elementos de cartografia e astronomia e expressão oral e escrita.

As universidades que oferecem o curso são: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Matéria produzida para o site Bradesco Universitários em 21/05/2010.

 
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1 comentário(s)
 
Interessante, falam que tem vaga e que não há pessoas qualificadas para atuarem,sou Doutora em Agromeorologia, com êfase em mudanças climáticas, climatologia, poluição atmosféricas, meteorologista,atuante em projetos de pesquisas ambientais, experiência internacional e estou desempregada. Espero que essas vagas realmente surjam para que eu possa aplicar meus conhecimentos.

Comentário de Vanda Andrade, 17/12/2010
 
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