Uma das grandes questões do mercado de trabalho é a discussão sobre o que as empresas estão mais procurando: profissionais generalistas ou especialistas?
Para a consultora Regina Izabel Cadelca, da Catho Consultoria em Relações Humanas, o profissional deve, sim, se especializar em uma área, mas sem deixar de lado os conhecimentos gerais sobre sua profissão e todas as áreas de atuação de sua companhia - pois é justamente a visão do conjunto, avisa, que pode fazer muita diferença hoje em dia.
Cada empresa busca por um tipo de profissional, que seja mais especialista ou generalista - isto vai depender "do produto com que ela trabalha e sua área de atuação". Mesmo assim, a consultora acredita que não investir em cursos de extensão, entendendo que estes podem ser tanto especializações quanto cursos com conteúdo mais abrangente, mais genérico, "não é o mais indicado" para quem quer alcançar o sucesso profissional.
O curso de conteúdo mais abrangente, que pode ser, por exemplo, um curso de introdução à economia mundial para quem é formado em engenharia civil, não vai ajudar esse profissional a conhecer mais sobre construção ou materiais utilizados nas obras. Porém, vai dar a ele uma compreensão mais profunda do mundo atual e das regras de mercado, o que poderá ser útil para a sua carreira.
Ela explica que o profissional deve ter em mente que para contribuir na íntegra para a companhia "é necessário ter uma visão macro do negócio em que atua, conhecendo um pouco das áreas que formam uma empresa".
No caso da especialização, para atender às necessidades da companhia e escolher corretamente o curso, o profissional, de acordo com a consultora, deve levar em consideração o que a especialização pode fornecer de aprendizado para sua rotina diária. "É contribuindo com sua área de atuação que o profissional cresce na empresa", comenta.
Para conseguir ser um bom especialista e ainda manter os conhecimentos gerais de sua companhia e profissão, dedicação e esforço nunca são demais, afirma ela. Mas sem perder o foco da própria carreira. Do contrário, o profissional corre o risco de cair na "síndrome do pato", que nada e voa, mas no fim não faz nada direito.
Iniciativa é do profissional
Outra questão importante levantada pela consultora Regina é que a iniciativa de fazer um curso de extensão deve partir do próprio profissional, que não deve esperar pela decisão da empresa. "Muitas vezes as empresas mostram esta preocupação com o desenvolvimento do profissional, mas, quando isto não acontece, o próprio profissional deve buscar a especialização", diz.
É importante entender que, por mais que a companhia possa ser peça chave para o sucesso, investir nas habilidades e interesses pessoais é imprescindível. Por isso, além de estar relacionado com a área de atuação, o curso de especialização também deve estar focado no "planejamento de desenvolvimento da própria carreira profissional", diz a consultora.
Ela conclui comentando que, independentemente das especializações e conhecimentos gerais, "o que o mercado exige é um profissional atualizado, planejador e dinâmico, que proporcione, assim, retorno maior para a empresa que trabalha".
Matéria produzida para o site Bradesco Universitários em 30/06/2009.