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Os ventos da Tropicália, 40 anos depois
 
O movimento que transformou a música e as artes plásticas brasileiras, nos anos 1960, influencia artistas nacionais e internacionais até hoje e se consolida como um dos mais importantes momentos culturais da história do país.
 
18 de dezembro de 2007
por Débora Melo
 

Há 40 anos, a instalação do artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) “Tropicália” foi o pontapé inicial para se configurar o movimento tropicalista no Brasil. Oiticica, reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes artistas da arte contemporânea, traduzia, com seus “parangolés” (obras de arte que podiam ser vestidas pelo público) o espírito do movimento, ou seja, unir popular e erudito, aproximar a arte do povo.

Pouco tempo depois, é o jovem cantor baiano Caetano Veloso quem grava uma canção intitulada Tropicália e, no ano seguinte, é lançado o LP Tropicália: ou Panis et Circenses, reunindo músicos como Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Nara Leão, Os Mutantes e o próprio Caetano.

O tropicalismo foi tão importante que, ainda hoje, desperta interesse. O estudioso norte-americano Christopher Dunn, autor do livro “Brutality Garden: Tropicália and the Emergence of a Brazilian Counterculture” (Jardim da Brutalidade: Tropicália e a Emergência da Contracultura Brasileira), credita à música dos tropicalistas o pioneirismo do pop-rock, tanto nacional como internacional.

Recentemente, Dunn esteve no Brasil para debater a importância do movimento em uma mesa redonda da qual fizeram parte também o jornalista Marcelo Rezende, editor da revista cultural Bravo!, e o cantor-compositor Tom Zé.

“A mais famosa homenagem à Tropicália veio do músico norte-americano Beck, que em 1998 gravou uma canção chamada Tropicalia, em seu CD Mutations”, disse o norte-americano.

Para Marcelo Rezende, o tropicalismo influenciou ainda o movimento Mangue Beat, que estourou com o lançamento do álbum Da Lama ao Caos, de Chico Science e Nação Zumbi, em 1994.

No entanto, o jornalista fez uma ressalva. “Os artistas mais fecundados pela Tropicália, na música e nas artes plásticas, não estão no Brasil, estão fora”. Para ele, o movimento foi capaz de reinventar a imaginação no país.

“Ganhamos um novo imaginário. No entanto, há o perigo do congelamento. E é isso que vivemos hoje, um momento em que há necessidade de reinvenção no Brasil”, diz Rezende.

Os diferentes campos artísticos que, de repente, se encontraram no mesmo movimento, dialogavam por meio de uma estética de cultura de massa, embora se revelassem vanguardas sofisticadas:

Nas artes plásticas, Hélio Oiticica, Lygia Clark e suas obras construtivistas; no teatro, a encenação da peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, pelo Teatro Oficina; na música popular brasileira, até então dominada pela bossa nova, a revolução com a fusão de elementos estrangeiros que ajudam a criar um novo produto.

Ao narrar a chegada dos jovens baianos ao Sudeste, Tom Zé classifica a Tropicália como uma novidade para eles próprios: “Chegamos sem saber que éramos tão diferentes dos outros. Nossa educação não era livresca e tínhamos mais ‘cintura’ para lidar com as questões da modernidade”, diz.

E acrescenta: “O Chico Buarque e o Vinícius de Moraes, por exemplo, viam a guitarra elétrica como um sinal de antibrasilidade. Nossas músicas tinham rótulos e foram separadas das outras. A Tropicália foi um susto”.

Volta dos Mutantes

A história continua, 40 anos depois. Em 2006, Os Mutantes causaram frisson nos fãs, dos mais novos aos mais antigos, quando anunciaram a volta da banda.

O retorno, primeiro desde os anos 1970, que trouxe a cantora Zélia Duncan ocupando o antigo posto de Rita Lee, aconteceu em Londres, durante o festival “Tropicália - A Revolution in Brazilian Culture”, de música, cinema, arte e dança.

Meses depois foi a vez de o público brasileiro receber a banda, em apresentação histórica no parque do Museu do Ipiranga, na comemoração dos 453 anos de São Paulo.

Em 1997, quando o movimento completava 30 anos, foram lançados dois livros de leitura fundamental para quem se interessa pelo movimento: Tropicália: a História de uma Revolução Musical (São Paulo: Editora 34, 1997), do jornalista e crítico musical Carlos Calado; e Verdade Tropical (São Paulo: Companhia das Letras, 1997), de Caetano Veloso.

O primeiro relata toda a transformação cultural do Brasil a partir dos anos 1960, enquanto o segundo enfoca a descrição do processo criativo dos tropicalistas.

Matéria produzida para o siteBradesco Universitários em 24/08/2007.

 
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