Entre o público jovem, principalmente adolescente, baixar música da internet, por meio de programas como o MP3, já faz parte do dia-a-dia. Agora a bola da vez no mundo das novas tecnologias de áudio é o podcast, que se disseminou com uma incrível rapidez.
Se os jovens costumam encabeçar a adesão às novidades, logo elas ganham o interesse de outras gerações. Atualmente baixar músicas da internet virou rotina para pessoas de qualquer faixa etária, desde que saibam usar um computador.
“Meu pai baixa músicas nos seus 70 anos, bem como minha afilhada de 9 anos”, conta Luciano Seade, jornalista, músico e produtor de podcast. Para ele, os grandes adoradores da música no início torceram o nariz para as novidades tecnológicas, mas depois aceitaram e acabaram gostando da facilidade.
“A venda de MP3 pelas gravadoras é uma prova de que, cada vez menos, serão impressos CDs. Quem tiver seu tocador de música digital, como o iPod, baixará somente as músicas que quiser, e não mais o álbum inteiro”, explica.
“O MP3 é uma evolução, como a do vinil para o CD: difícil no início, mas que tomará conta em pouco tempo”, acrescenta Seade.
A estudante Thaís Shujjmann Garcia, 13 anos, é usuária dessas novas tecnologias e diz que ficou viciada em baixar músicas da rede. “Sempre gostei de escutar música e colecionar CDs. Quando descobri como baixar músicas pela internet, fiquei fascinada pela facilidade em montar meu próprio repertório musical e não parei mais”, conta a adolescente.
Entre as amigas e colegas de escola da Thaís virou moda acessar a web com esse fim. Ao invés de as adolescentes trocarem papel de carta, como antes era comum, trocam músicas ou seleções musicais que são armazenados em seus tocadores digitais.
Rádios online
As novas mídias de áudio, como as rádios online, por exemplo, vieram para atender um público interessado, e agrupado em várias tribos ou segmentos. Em algumas rádios da web você escolhe o que ouvir e confere também a programação de músicas mais pedidas pelos internautas.
Existem rádios, como a do CCB (Clube dos Compositores do Brasil – www.clubedoscompositores.com.br), que tocam só músicas de novos compositores e permitem que sejam dadas notas às composições e que os participantes opinem e troquem mensagens entre si.
A gravadora Trama criou, em seu site (www.trama.com.br), um programa em que compositores criam suas próprias páginas e disponibilizam suas músicas para que quem acessar possa ouvir.
Nesse mesmo embalo das rádios na internet, surgiu o podcast. Trata-se de um programa de rádio ou arquivo de áudio (em MP3, por exemplo), distribuído pela web e que pode ser acessado pelo ouvinte cadastrado.
Esse ouvinte pode receber uma nova edição ao se conectar à web sem que tenha de visitar a todo o momento o site em que esse programa é produzido.
Além de retomar a idéia original do rádio, que é a escolha de músicas para usufruir naquele momento, ele teve uma grande receptividade do público jovem, principalmente pela facilidade em armazenar nos aparelhos portáveis, como o iPod, e mais recentemente nos modernos aparelhos celulares.
Podcast para todos os gostos e idades
“Apesar do podcast ficar ‘no ar’ um bom tempo (isso depende do site), as músicas não são separadas, ou seja, não há irregularidade como se estivéssemos distribuindo as canções sem autorização. É como um programa de rádio, e serve até para divulgar os artistas apresentados ali”, esclarece o produtor Luciano Seade, do podcast Luckmusic (www.luckmusic.org).
Dentro da podosfera (nome que se dá ao universo dos podcasts) existem rádios de todos os tipos: somente de um estilo (rock, sertanejo ou clássico), um tema e até mesmo de uma única banda. Já imaginou uma pessoa que faz uma rádio só com sua banda favorita? Isso existe.
Mas este é apenas um exemplo de podcast de músicas, o mais comum deles na rede. Mas existem ainda programas sobre educação, cinema ou blogs falados. Tudo depende da criatividade do produtor e da receptividade dos ouvintes.
“O podcast é um grande aliado que quem gosta muito de música, porque com ele é possível colecionar programas como bem entender, fazendo deles sua coleção particular de rádios”, conclui Seade.
Matéria produzida para o site Bradesco Universitários em janeiro de 2007.