Movimento que nasceu do encontro de músicos que atuam na cidade de São Paulo, o SP Vanguarda Instrumental tem o intuito de divulgar a música instrumental, “independente e expressiva”, e formar novos públicos. As apresentações das bandas acontecem, desde março desse ano, em jazz clubs, festivais, faculdades e escolas de música da cidade.
“Como cada banda atraía um público diferente – até por terem personalidades diferentes, apesar do estilo parecido –, percebemos que podíamos juntá-las, porque trabalhávamos com algo em comum: o jazz, que interessaria a todos”, explica Carlos Ezequiel, baterista de duas bandas do movimento.
Todas com o espírito jazzista correndo nas veias, muitas das bandas exibem em suas apresentações a inegável influência brasileira. Outras carregam referências europeias e norte-americanas, e outras, um pouco de cada. “Mas não é nem instrumental brasileiro e nem música popular cantada”, alerta Carlos.
O grupo todo é composto por músicos criativos que têm produzido muitos trabalhos autorais e mantêm em comum a paixão pela improvisação coletiva. “Hoje somos oito bandas, mas a ideia é de um movimento aberto. Estamos aguardando novas bandas que queiram participar”, afirma.
Além de Carlos Ezequiel, músicos como Sizão Machado, Lupa Santiago, Guto Brambilla, Vitor Alcântara, Guilherme Ribeiro, entre outros, circulam entre as bandas. “Mesmo antes de o movimento acontecer, já convivíamos juntos, porque frequentávamos os mesmos lugares e circuitos”, explica.
Carlos concorda que o movimento nada mais é do que a organização de algo que já existia há muito tempo, com um sério trabalho de divulgação e uma união oficial das bandas e seus músicos, que agora tem um nome.
O SP Vanguarda Instrumental está sendo divulgado em todo Brasil e até no exterior. Belo Horizonte (MG), Campinas (SP) e Porto Alegre (RS) já estão com negociações em andamento e são cidades com grandes chances de receber as bandas do movimento em breve.
Os artistas mantêm uma agenda constante de apresentações em São Paulo com o principal objetivo de expandir a iniciativa e o acesso do público à produção do grupo.
“Queremos tocar sempre mais, fazer novos contatos com produtores e donos de casas de shows para atrair um público bem legal e poder divulgar o estilo”, afirma Carlos.
E afinal, por que “Vanguarda”?
O nome do projeto foi batizado de SP Vanguarda Instrumental com o intuito de revelar o que o movimento representa, ou seja, bandas instrumentais, com influências vanguardistas, que se apresentam na cidade paulistana.
“Não é ‘vanguarda’ porque a gente toca literalmente o que foi tocado no século passado, por exemplo. Somos músicos que se inspiram e se alimentam das tradições para renovar e criar. Somos, na verdade, uma alternativa ao tradicional”, explica Carlos.
Para saber mais, acesse:
www.myspace.com/spvanguarda
Matéria produzida para o site Bradesco Universitários em 15/09/2009.